TEORIA DAS REAÇÕES DE HALOGENAÇÃO


halogenação

Alcanos reagem com halogênios através de mecanismos radicais. A referida reação supõe a substituição de um ou vários hidrogênios do alcano por halogênios.

Mecanismo de halogenação radical

O mecanismo de halogenação radical consiste em três etapas: iniciação, propagação e terminação. Na iniciação, a molécula de halogênio quebra homoliticamente, gerando radicais. Na etapa de propagação, ocorre a substituição dos hidrogênios do alcano por halogênios. Quando os reagentes se esgotam, os radicais no meio se unem uns aos outros, produzindo o estágio de terminação.

Reatividade de halogênio

O primeiro estágio da propagação determina a velocidade da reação. Para o flúor, esta etapa possui uma baixa energia de ativação, o que torna o flúor o halogênio mais reativo. No caso do iodo, a energia de ativação é muito alta e a reação não ocorre. Ordem de reatividade nas reações de radicais: $F_2>Cl_2>Br_2>I_2$. Resumindo, o iodo não é reativo na halogenação de radicais e o flúor reage violentamente.

polihalogenações

A reação de halogenação é difícil de interromper, pois o produto halogenado é mais reativo que o alcano inicial. Para evitar esse problema, chamado de polihalogenações, utiliza-se alcano em excesso.

estabilidade radical

O mecanismo dessas reações ocorre com a formação de um intermediário chamado radical cuja estabilidade depende do número de substituintes que circundam o carbono que contém o elétron solitário. Os radicais formados na etapa de propagação são estabilizados por hiperconjugação. A ordem de estabilidade dos radicais é dada por: terciário> secundário> primário.

A halogenação do metano é uma reação que ocorre com a formação de radicais livres e envolve a substituição do hidrogênio por halogênio.
mecanismo-halogenação-01

MECANISMO DE REAÇÃO

As halogenações radicais ocorrem em três estágios chamados: iniciação, propagação e terminação:

estágio de iniciação

Na primeira etapa da reação, ocorre a clivagem homolítica da ligação Cl-Cl. Isto é conseguido com calor ou por absorção de luz.

mecanismo-halogenação-02

Vamos representar em um diagrama de energia as duas etapas de propagação da halogenação do metano.

diagrama-energia-01

A primeira etapa de propagação é a que limita a velocidade do processo, pois possui a maior energia de ativação. O diagrama representa reagentes, produtos, intermediários e estados de transição para a halogenação radicalar do metano.

Ao comparar as entalpias dos estágios de propagação dos diferentes halogênios, observam-se diferenças importantes nos calores trocados. No caso do flúor, ambas as etapas são exotérmicas (mesmo a abstração do hidrogênio) com balanço energético global de -103 Kcal/mol. As energias de ativação dos estados de transição nesta reação são muito baixas, tornando-o o halogênio mais reativo.

No outro extremo da reatividade está o iodo, cuja reação é endotérmica e não ocorre.

Ordem de reatividade F 2>Cl 2> Br 2> I 2

A tabela a seguir mostra o calor trocado nas etapas de propagação da halogenação do metano.
A reação é fortemente exotérmica no caso do flúor (halogênio mais reativo) enquanto no caso do iodo é endotérmica a 13 Kcal/mol.

reatividade-halogênios-01 e

A quebra homolítica da ligação CH de um alcano produz radicais alquil e átomos de hidrogênio livres. A energia necessária para que essa quebra ocorra é chamada de energia de dissociação e é menor quanto mais estável for o radical formado.
Como pode ser visto nas reações a seguir, a energia necessária para quebrar uma ligação CH primária é muito maior do que a necessária para quebrar uma ligação CH terciária.

estabilidade-radicais-01

No propano existem dois tipos de hidrogênios não equivalentes que podem ser substituídos por halogênios, obtendo-se 1-cloropropano e 2-cloropropano.

distribuição-produtos-01

A proporção em que esses produtos são obtidos depende de dois fatores: o número de hidrogênios a serem substituídos por halogênios e a estabilidade do radical formado.